quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Nadando um tango

 
E a saga continua. Não basta trabalhar. Não basta viajar a trabalho. Não basta treinar diariamente. Tem que viajar, cumprir as obrigações de trabalho, procurar uma piscina disponível e aí sim treinar.
A aventura mais recente na vida do Secretário, foi manter sua natação em terras portenhas.
Com uma viagem marcada para a Feira Internacional de Turismo em Buenos Aires, começou a busca por uma piscina para manter a rotina de braçadas. A mais próxima ficava numa academia, a algumas quadras do hotel. Detalhe 1: a piscina tinha 20 metros. Detalhe 2: piscina aquecida a 30 graus.
No primeiro dia, lá foi ele às 6:30 da manhã, à pé, para a academia. Não sei se pelo ritmo da caminhada ou pela empolgação, o Harry ia para o treino de bermuda, camiseta e no máximo um agasalho. Isso não chamaria a atenção se os outros pedestres não estivessem vestindo casaco e cachecol!
Segundo me contou, nadar numa piscina aquecida muda totalmente o rendimento de um treino longo (nesta fase, ele está nadando 4200 a 4500 metros por treino). A respiração muda e a pressão também. Mas, se era essa a única opção, então... só restava encarar.
Se ele ia para o treino de bermuda e agasalho, na volta, depois da sensação "estou sendo cozido num caldo", voltava de camiseta, o que causava mais estranheza ainda!
Durante o período da feira, o plano era nadar pela manhã e só depois seguir para os compromissos profissionais. Por conta dos horários em que conseguiu autorização da academia e do números de hermanos que compartilhavam a raia com ele, em algum dos dias, teve que dividir o treino em período diurno e período noturno.
No segundo dia dele na academia, os professores estranharam aquele brazuca persistente, determinado a nadar uma longa distância, um tanto absurda para cumprir numa piscina daquele tamanho. Foi a hora de explicar o projeto da travessura, digo travessia. Não é a primeira vez que ao explicar o objetivo final, o ambiente antes um tanto hostil, se torna muito mais amigável. Não foi diferente aqui. Como que num passe de mágica, boias, pranchas e até raias mais vazias foram disponibilizadas depois daquele papo. Respeito total!
As águas quentes ferveram os miolos do Harry, mas trouxeram um tanto de consciência a mais de que tipo de projeto se meteu, e que, a cada dia, novas dificuldades vão aparecer. O melhor foi perceber que apesar de tudo, superar as dificuldades está dando à ele fôlego a mais.

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