domingo, 24 de junho de 2012

Trocando figurinhas



Que a existência de um técnico-especialista é fundamental, já foi dito num dos primeiros posts do blog. Mas pelo que o Harry me conta, neste momento, a presença do Igor é fundamental.
Nos primeiros dias em Folkstone, Harry e Max receberam as orientações do técnico, mas não de maneira presencial. Agora que o Igor chegou à Inglaterra, a mudança foi significativa.
Por um lado, a experiência do Igor em maratonas aquáticas – mais precisamente no Canal da Mancha por ter treinado vários brasileiros e franceses para a travessia –trouxe a ele uma bagagem de conhecimentos notável. Mas acima de tudo, pelo fato dele mesmo ter feito a travessia 2 vezes (uma dela, ida e volta) faz com que ele compreenda melhor o que seus atletas estão sentindo.
As dificuldades estão sendo relatadas e os nadadores estão percebendo que não são só eles que sentem tudo isso. Qualquer pessoa, mesmo o mais bem preparado, tem problemas para se adaptar à condições tão adversas. O Igor relatou várias vezes sobre nadadores bem preparados e que mesmo sendo excelentes nadadores, não conseguiram chegar do outro lado. Assim como há casos, não poucos, de nadadores que chegam aqui e desistem no aquecimento.
Nos últimos dias, os três têm conversado bastante. Trocar experiências traz uma tranquilidade importante aos atletas. Eles ouvem atentamente os relatos do Igor sobre as suas travessias. Da mesma forma que eles, o técnico sofreu com a baixa temperatura da água e a presença de ondas, provocadas pelo vento, também atrapalharam a sua performance.
Nada como saber que o que um atleta sente é semelhante ao que outros também sentem. Isso trouxe um conforto maior ao Harry. Ele reconhece os efeitos positivos, principalmente psicológicos, de todas estas conversas. Dessa forma entendeu que todo seu preparo foi correto e que as possíveis dificuldades são absolutamente compatíveis com um projeto dessa natureza.

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